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30.9.04

A idéias do outro



Se amar é mesmo reconhecer afetuosamente o direito que o outro tem de fazer suas escolhas, será que nisso está implícito que deverei aceitar suas idéias, mesmo as absurdas, e incorporá-las como se fossem minhas, se ele assim o desejar? Será que o outro tem sempre razão?

Claro que não.

Cada um de nós tem um sistema de valores.

Então, amar não significa aceitar todas as escolhas que o outro fizer, mas sim somente aquelas que não impliquem uma supressão da minha liberdade pessoal.

Se uma determinada escolha feita pelo outro, que diz me amar, contraditoriamente cerceia minha liberdade, ou violenta minha dignidade, ou me causa algum transtorno de qualquer espécie, então essa escolha dele me faz mal — e deve ser rechaçada com o máximo vigor!

Em hipótese alguma, nunca — absolutamente nunca — nunca devemos compactuar com quem nos fere ou nos amputa.


Acontece que a recíproca também é verdadeira!



Pense um pouco sobre isso:
Até que ponto você também não anda cerceando a liberdade do teu amor?



Texto básico original no meu livro Beijos no Céu da Boca, página 92.


A você — que é uma pessoa livre — pode parecer estranho, mas existem pessoas que realmente suprimem a liberdade do ser amado, em nome do seu suposto amor. E o que é pior: tem gente que aceita...

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