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13.10.01


Pico do Everest.

Nesta noite vitoriosa e de amor escandaloso
a própria lua pára
atônita no céu e nos assiste.
Num vôo imaginário de pássaro surpreso,
meus lábios doces de morango tocam
de passagem
tua boca entreaberta:
duas ou três
gotas
de
champanhe
caem
no teu mamilo pontiagudo,
parecendo chuva de cristal no Pico do Everest.
Ajoelho-me ao teu lado,
e teu corpo
já não é mais apenas o teu corpo:
é uma catedral.
Como em liturgia, sussurro breve oração poética,
uma prece de amor,
e teu instinto felino salta
por sobre os meus propósitos:
as humanas emoções se instalam de repente,
porque tua inocência é o maior afrodisíaco.
O infinito brilho nos teus olhos me fascina outra vez,
e então concluo que viver não tem limite:
sinto-me agora
como se Deus derramasse
mil flores recém-colhidas na minha cabeça selvagem.

Só me resta beijar tua clavícula, meu amor.

Tua clavícula...


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